Helena Carvalho-poemas
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Helena Carvalho-poemas
Helena Carvalho - poemas.
https://asfolhasardem.wordpress.com/tag/revistas-literarias/
Foto-verbo-grafia
Interromper o branco da página como a cegueira branca dos olhos.
As palavras são folhas que se evolam da gravilha rasteira dos pátios
em fins de tarde outonais.
Uma imprevista aragem inicia-as na arte obscena do movimento –
um deslizar lânguido em pequenos sopros;
uma penetração violenta em remoinhos de pó, nojo e sentido.
Esperar a luz projectada que nunca chega inteiramente aqui.
A claridade desmedida adere à matéria urgente da visibilidade,
primeiro nos olhos
depois na ressonância incorpórea das películas. Cumpre-se a luz
numa câmara escura,
exposta na contenção profana das imagens planas e nas quatro dimensões
das pedras angulares.
Acontecer-nos a gestação das horas fragmentadas
dos quadros repetidos até à negação da sua aura.
Um sentido a rebentar na mão pueril e espantada,
como duas pernas de mulher prematuramente abertas
em posição de parto.
Nascer a palavra como uma fotografia em meio-tom
a mover-se pela sombra de si, no contraste abismal
entre a luz que se capta e a que ainda não chegou.
https://asfolhasardem.wordpress.com/tag/revistas-literarias/
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Interromper o branco da página como a cegueira branca dos olhos.
As palavras são folhas que se evolam da gravilha rasteira dos pátios
em fins de tarde outonais.
Uma imprevista aragem inicia-as na arte obscena do movimento –
um deslizar lânguido em pequenos sopros;
uma penetração violenta em remoinhos de pó, nojo e sentido.
Esperar a luz projectada que nunca chega inteiramente aqui.
A claridade desmedida adere à matéria urgente da visibilidade,
primeiro nos olhos
depois na ressonância incorpórea das películas. Cumpre-se a luz
numa câmara escura,
exposta na contenção profana das imagens planas e nas quatro dimensões
das pedras angulares.
Acontecer-nos a gestação das horas fragmentadas
dos quadros repetidos até à negação da sua aura.
Um sentido a rebentar na mão pueril e espantada,
como duas pernas de mulher prematuramente abertas
em posição de parto.
Nascer a palavra como uma fotografia em meio-tom
a mover-se pela sombra de si, no contraste abismal
entre a luz que se capta e a que ainda não chegou.
joakim- Nombre de messages : 238
Date d'inscription : 18/03/2011

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